Já temos alguns anos programando questionários online - 10 anos! - e, olhando para atrás, podemos observar como mudaram as coisas no que se refere a tecnologia de pesquisas. É difícil identificar um único salto tecnológico que tenha representado um antes e um depois durante estes anos; parece que ocorreu uma evolução incessante em que o pesquisador sempre esteve a frente da tecnologia. Pelo menos até agora.
Faz 10 anos, na Netquest, programávamos questionários online com nossa primeira tecnologia de enquetes. Survey Manager 1 foi concebido, desenhado e implementado mais como uma aposta de futuro do que como uma resposta a uma demanda real por pesquisas online. Com esta solução técnica pudemos fazer nossos primeiros estudos, mas quando realizamos os primeiros projetos reais, atendendo necessidades de pesquisadores profissionais (cotas? filtros? redireciones?), não tivemos mais remédio do que reformular o software.
As seguintes versões de Survey Manager rapidamente puseram o software ao nível das necessidades reais do pesquisador. Dito de outra forma: aprendemos a linguagem da indústria e adaptamos suas necessidades às características técnicas de nossa tecnologia. Durante este tempo, além de desenvolver nosso software, convertemo-nos em usuários de software de terceiros, podendo assim adquirir um amplo conhecimento sobre as diferentes abordagens que a indústria de software realizava sobre o problema de transladar uma enquete à web.
Tudo fazia pensar que a melhora permanente do software e a incorporação de novas funcionalidades (p.e. novos tipos de perguntas) cedo superariam as expectativas do pesquisador. Afinal de contas, uma pesquisa não parece algo tão complicado. Mas nos equivocávamos: o salta da pesquisa no papel à web já passou da fase de ‘adaptação’ e está evoluindo dentro de um novo meio no qual não parece que hajam limites. E assim o entenderam os pesquisadores. Seus requerimentos cada vez mais se sofisticam: sorteios, priorizações de marcas a mostrar, controle sofisticado de cotas para conseguir a máxima eficiência em projetos de baixa incidência, integração de elementos multimídia (vídeos, drag&drop…).
Esta evolução nos levou a refletir sobre a raiz da questão, o conceito de pesquisa. Essa, uma vez fora do marco imposto pelo papel e pelo entrevistador, mudou sua função: já não é um conjunto de perguntas e respostas, e sim um conjunto de tarefas sofisticadas a realizar pelo respondente e que o pesquisador quer observar, registrar e medir.
Seguir desenvolvendo software, pensando sempre na ideia de perguntas-respostas põe limites artificiais a este conceito ampliado de investigação. Se a pesquisa pode ser praticamente qualquer tarefa, qual é a melhor forma de representar este conceito ampliado? Nossos desenvolvedores nos deram uma resposta clara: um ‘programa informático’.
Um ‘programa’ define-se como um conjunto de instruções que uma vez executadas realizarão uma ou várias tarefas num computador. Justo o que estávamos procurando: uma maneira de expressar tarefas a realizar, da forma mais ampla e flexível possível.
Esta ideia foi a base do novo paradigma que seguimos para desenvolver nossa nova proposta de investigação online: Survey Manager 2. Um software capaz de expressar uma pesquisa como um ‘programa’, oferecendo uma dupla perspectiva ao usuário: a) a visão clássica de enquete como sucessão de perguntas, visão útil para implementar 80% de questionários, e b) a visão sofisticada (o programa), ideal para usar toda a potência de Internet na investigação.
A realidade foi dura: levamos desde finais de 2009 pondo a prova esta nova visão de nosso software. A ruptura com respeito na forma em que trabalhávamos foi importante, mas uma vez superada esta fase de adaptação (que durou praticamente até julho 2011) a avalição é mais do que positiva: não só temos um software mais rápido e adaptado para fazer o que já fazíamos, senão que se abrem novas perspectivas para oferecer soluções às necessidades mal cobertas da indústria.
Em próximos posts explicaremos como descobrimos que Survey Manager 2 é o software ideal para implementar 3 tipos de estudos de investigação que até agora só se podiam resolver com soluções informáticas muito especializadas e caras:
1. Aplicações de coleta de dados (diários de recolhida de dados de consumo, seguimento de pacientes no setor médico…)
2. Questionários Maxdiff (ordenação de atributos através da seleção do melhor e do pior elemento de subgrupos destes atributos)
3. Questionário Conjoint (atribuição de pesos a atributos a partir de eleições simples do participante a combinações dos mesmos)
