Como fazer perguntas abertas?

photo_5A maioria das perguntas usadas em pesquisas são perguntas fechadas, ou seja, perguntas onde só se permite respondes mediante uma série fechada de alternativas. Mesmo assim, também é possível empregar perguntas abertas, perguntas que permitem ao entrevistado responder qualquer coisa segundo a pergunta, sem apresentar uma lista de alternativas possíveis.

Existem tipos principais de perguntas abertas (Couper et al, 2011): as perguntas abertas que suscitam respostas muito curtas (por exemplo, o local de nascimento ou a marca de cerveja preferida) e as perguntas abertas narrativas, que suscitam respostas mais elaboradas e detalhadas (por exemplo, quais seriam seus próximos desafios para o futuro).

As perguntas abertas narrativas tem o inconveniente de suas respostas não poderem ser utilizadas diretamente na análise quantitativa, a não ser que se faça uma codificação prévia. Este trabalho de codificação pode exigir muito tempo e ser bastante complicado se as respostas dadas pelos respondentes não são claras a respeito do que o pesquisador queria estudar com elas.

Por outro lado, as perguntas abertas narrativas tem vantagens: permitem obter uma variedade muito maior de respostas, com conteúdo mais detalhados e ricos em informação. Além disso, não orientam os respondentes a nenhuma direção, e permitem responder de forma mais natural, de forma similar a um diálogo, dando maior liberdade para ao respondente para “discorrer-se”. Portanto, é frequente que esse tipo de pergunta se adapte muito melhor às necessidades de pesquisa que as perguntas fechadas.

Como utilizar perguntas abertas?

Ao usar essas perguntas abertas narrativas, se a pesquisa é administrada por um entrevistador (face-to-face ou telefone), o respondente pode dar uma resposta tão grande quanto deseje. Mas quando essas perguntas são parte de uma pesquisa online, é necessário decidir a melhor maneira de apresenta-las. Em particular, há que escolher o tamanho da caixa de texto (a caixa visual em que o entrevistado escreve sua resposta) e se adiciona um contador indicando quantos caracteres disponíveis restam ou não.

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Todos os resultados de diferentes pesquisas sobre o impacto do tamanho da Caixa de texto (Christian and Dillman, 2004; Israel, 2010; Smyth et al. 2009) vão na direção de que uma caixa de texto maior produz respostas maiores. Também se observa que usar um contador indicando quantos caracteres restam pode permitir o aumento da média do número de caracteres das respostas (Emde y Fuchs, 2012).

Além disso, Emde y Fuchs (2013) tem estudado a interação entre o tamanho da caixa de texto e o número de caracteres do contador. Seus resultados são bastante intuitivos: um contador com mais caracteres que o tamanho visível da caixa de texto inicial produz respostas maiores, enquanto que um contatos com menos caracteres produz respostas mais curtas. Parece, portanto, que os respondentes levam mais em conta o contador (quando existe) que a referência proporcionada pelo tamanho da caixa de texto.

À parte, Emde y Fuchs (2013) também concluem que tanto o tamanho da caixa de texto (150 caracteres, o 300, o 600) como a presença do contador não afetam a taxa de não-resposta da pergunta, nem afetam o número médio de temas mencionados. O que muda, portanto, é o nível de detalhe das respostas.

Concluindo, pelo que se sabe sobre o impacto do tamanho da caixa de texto e a presença de um contador, parece recomendável para as perguntas abertas narrativas usar uma caixa de texto em combinação com um contador autorizando mais caracteres; as respostas serão maiores e, além disso, não mudarão o número de temas mencionados.

 

Referências bibliográficas:

R2Onlinehttp://r2online.org/pdfs/br/4a-capsula-informativa_como-fazer-perguntas-abertas-narrativas-em-um-questionario.pdf

 

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